A demanda mundial por proteínas à base de aves e suínos segue aquecida. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apontam que, neste ano, as exportações brasileiras de carne de frango, por exemplo, devem crescer até 2,2%, com estimativas de embarque de 5,25 milhões de toneladas. O mesmo acontece com o embarque de carne suína, cujo crescimento poderá chegar a 7,7% em 2024, com um total de 1,32 milhões de toneladas.
Para atender às necessidades do mercado, os produtores estão buscando investir em produtividade para a manutenção e crescimento da oferta. Uma das formas de elevar o potencial de produção de suínos e aves é por meio da biotecnologia. Exemplo disso é a aplicação de probióticos, organismos vivos que provêm benefícios quando inoculados em quantidades adequadas.
Durante o Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS), que ocorreu no início de agosto em São Paulo, a Novonesis, líder mundial em biossoluções, apresentou soluções à base de probióticos que elevam a conversão de alimento em produção de carne. Para a suinocultura, por exemplo, a companhia apresentou o SOLPREME®, um produto que possui duas cepas probióticas naturais, B. subtilis e B. amyloliquefaciens, desenvolvidas especificamente para serem fornecidas via ração para fêmeas suínas gestantes, lactantes e seus leitões durante a fase de lactação e creche.
As duas cepas de probióticos foram selecionadas pela Novonesis por sua alta capacidade de inibição de patógenos, especialmente C. perfringens e E. coli, causadores de diarreia em leitões lactentes e desmamados. “Essas enfermidades reduzem o desenvolvimento de carcaça”, explica Alberto Inoue – Gerente Animal Biossoluções LATAM da Novonesis. Ele completa que menos diarreia é menos uso de antibióticos e, consequentemente, menor custo de produção e maior produtividade.
Outro benefício proporcionado por meio da contribuição dos probióticos na alimentação dos animais está na padronização do rebanho. “A uniformidade entre lotes de suínos também é um fator muito importante para a boa produtividade e rentabilidade da suinocultura”, observa Inoue. A uniformidade de peso em um grupo é medida pelo coeficiente de variação (CV), que é o peso médio dos indivíduos do grupo. Estima-se melhora de 1% na uniformidade no momento do abate, o que equivale a ganhos de R$ 3,20 a R$ 8,00 por suíno produzido.
Avicultura
Para a avicultura, os probióticos também trazem bons resultados. Durante o SIAVS, foi apresentado o GalliPro® Fit, um probiótico formado por três cepas selecionadas: Bacillus subtilis Cepa Queen (ajuda na modulação do sistema imune), Bacillus subtilis Cepa King (melhoria na disponibilidade de proteína) e o Bacillus amyloliquefaciens Cepa Knight (amplia a disponibilidade de energia do alimento para as aves).
“Esses microrganismos biológicos também intensificam a eficiência dos programas de prevenção de doenças e contribuem para a segurança dos alimentos, proporcionando lucratividade”, afirma Alberto Inoue. O gerente completa que estas cepas foram selecionadas especificamente por sua capacidade de inibir a proliferação de microorganismos patogênicos e também por sua capacidade de melhorar a digestibilidade dos alimentos.
Cenário
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta que o ano de 2024 será positivo para a produção de carne de frango no país, com estimativa de crescimento de 1,8% no volume produzido, podendo chegar a 15,1 milhões de toneladas neste ano e com perspectivas iniciais de até 15,35 milhões de toneladas em 2025 (+2,3% em relação à 2024). O consumo anual da proteína por habitante neste ano deve se manter nos mesmos patamares do ano passado, em torno de 45 kg per capita/ano, com possibilidade de incremento para 46 kg per capita/ano no ano seguinte (+2% em relação à 2024).
Fonte: Ricardo Maia | Pg1