G1
A vida na terra existe há bilhões de anos e veio se modificando desde então. Parte dessa história, da evolução das espécies, pode ser contada através do ovo. O professor de biologia Fernando Beltrão traz essa dica para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na edição desta quarta-feira (31) do Projeto Educação. [Veja vídeo acima]
O espermatozoide encontra com o óvulo e forma uma célula: o ovo. “Isso acontece em todos nós, peixes, anfíbios, répteis, aves, mamíferos. Mas os vertebrados mais primitivos, como os peixes, se reproduzem na água. Então, de um modo geral, a fecundação acontece na água, é lá que eles vão se encontrar e criar um embrião aquático, uma larvinha. Nos anfíbios, a fecundação também é na água, formando o girino”, explica o professor.
Répteis, aves e mamíferos têm um tipo diferente de ovo das outras duas espécies, cada um com suas particularidades. O ovo amniota é aquele que tem casca. “A casca serve para proteger, isolar. É um cofre onde vai se desenvolver o embrião. Assim, precisa ser forte o suficiente para proteger, mas fraco o suficiente para se deixar quebrar quando o bebe estiver pronto para nascer. Por isso, ela é formada por cálcio”, detalha Beltrão.
Dentro do ovo amniota existe o âmnio, que é uma bolsa. “É o que a gente chama de saco amniótico. É o que a gente chama vulgarmente também de bolsa d’água. É um tipo de líquido que existe apenas em repteis, aves e mamíferos e que surgiu a cerca de 400 milhões de anos, na Era Paleozóica”, explica.
Essa água presente tem funções essenciais, como hidratar e dar estabilidade térmica e mecânica para o embrião. “A água tem pontes de hidrogênio, você estuda isso na química. Uma bolsa de água permite uma estabilidade. Inclusive, ela é mais evoluída na gente que nos répteis e aves”, lembra.