Globo Rural
Os agricultores já testaram sem sucesso vários tipos de agrotóxicos para combater os gafanhotos que estão atacando as lavouras de milho da região onde moro. O que mais pode-se fazer para controlar a praga?
Aline Alves, Afogados da Ingazeira (PE)
Problema em várias partes do mundo, o gafanhoto é uma praga milenar e, por isso, é bem resistente a situações de adversidade. Por aqui, de um modo geral, após cruzarem com os machos, as fêmeas colocam um conjunto de 25 a 30 ovos nos meses de outubro e novembro. Deles saem pequenas ninfas – a forma jovem que não voa – chamadas saltões, que passam por cinco fases que duram cerca de 26 dias cada antes de virarem adultos em abril ou maio, época que pode variar de acordo com o local. Os saltões se movimentam em bandos entre o cerrado natural e as culturas agrícolas. No milharal, entram de madrugada e voltam ao cerrado durante as horas quentes do dia. Alimentam-se normalmente de gramíneas como pastagens nativas ou cultivadas de arroz, cana-de-açúcar e também de milho.
Como o ideal é combater os gafanhotos na fase jovem, quando ainda não voam, recomenda-se procurar aglomerações de saltões bem cedo, ao amanhecer. Aplique inseticidas químicos com pulverizadores equipados com bicos de cone vazio sobre a praga, sem necessidade de cobrir toda a área da plantação. O agricultor deve estar sempre atento ao que ocorre na lavoura e ao redor dela, combatendo os gafanhotos na fase de saltões, que é mais fácil. Caso contrário, poderá ser tarde demais para chegar a uma solução. Fiscalize anualmente a presença de bandos de gafanhotos nas proximidades do milharal nos meses de setembro, outubro e novembro.