A proliferação descontrolada de javalis no Brasil representa uma ameaça crescente à agricultura, à biodiversidade e à saúde animal. Especialistas apontam que, para conter os danos, o país precisará abater mais de um milhão de javalis até 2025. A espécie, que se espalhou de forma acelerada, já gerou prejuízos bilionários ao agronegócio e compromete a segurança sanitária da pecuária nacional. “Se medidas urgentes não forem adotadas, os impactos poderão ser irreversíveis para a produção agrícola e pecuária do Brasil”, alertam os especialistas.
O crescimento populacional dos javalis, apesar das tentativas de controle, tem se mostrado resiliente. Em 2024, quase 500 mil animais foram abatidos, mas isso não foi suficiente para conter o aumento populacional. Lavouras, como as de milho e soja, já registram perdas de até 40% em algumas regiões, além de danos irreparáveis ao solo e à vegetação nativa. A propagação da espécie também eleva o risco de transmissão de doenças, como a peste suína clássica e a febre aftosa, o que agrava ainda mais a situação.
O controle da praga tem sido dificultado por questões burocráticas, que incluem a suspensão de licenças para caçadores e regulamentações cada vez mais restritivas. As autoridades competentes têm enfrentado uma pressão crescente para permitir que caçadores autorizados atuem de forma mais eficaz. A falta de recursos e de tecnologias adequadas para o monitoramento também agrava o cenário, o que torna a implementação de estratégias de controle mais difícil e lenta.
De acordo com os especialistas, é imprescindível que o Brasil adote um conjunto de ações mais coordenadas, que incluem a liberação de licenças de caça, o uso de novas tecnologias para o monitoramento das populações de javalis e o incentivo à participação de caçadores profissionais. “Se não agirmos agora, o impacto na economia e na segurança alimentar será devastador”, concluem. O controle efetivo da praga será crucial para proteger os setores agrícola e pecuário, essenciais para a economia nacional