Avicultura gaúcha cresce 13% nas exportações do primeiro trimestre de 2025

Mesmo diante de restrições impostas por importantes mercados compradores, como China e Chile, a avicultura do Rio Grande do Sul registrou avanço expressivo nas exportações de carne de frango no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), foram embarcadas 191,27 mil toneladas entre janeiro e março, um incremento de 13% em relação ao mesmo período de 2024, quando o volume exportado foi de 169,49 mil toneladas.

O crescimento foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho de março, que encerrou com 63,23 mil toneladas enviadas ao exterior – 11,4% acima do registrado no mesmo mês do ano anterior.

O reflexo direto da ampliação do volume exportado também foi percebido no faturamento. No trimestre, as exportações renderam US$ 340,9 milhões ao setor avícola gaúcho, alta de 12,5% sobre os US$ 302,9 milhões obtidos no mesmo intervalo de 2024. Março, isoladamente, movimentou US$ 110,9 milhões, frente a US$ 104 milhões em igual mês do ano anterior.

Para o presidente executivo da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos, o resultado é expressivo diante das adversidades. “Mesmo com o embargo mantido pela China, Chile e outros países de menor participação nas exportações avícolas, o Estado registrou crescimento. Porém, é de extrema importância a retomada para estes mercados, que têm um histórico de longa preferência pela carne de frango produzida no RS”, comenta.

José Eduardo também destaca o contexto geopolítico e sanitário internacional como fator favorável à competitividade da carne de frango gaúcha. “O faturamento cresceu devido à valorização do nosso produto no mercado externo, à alta procura pela proteína produzida no RS, à ocorrência de Influenza Aviária em muitos países, às crises na Europa e Oriente Médio e também aos reflexos das tarifas americanas, que movimentam os mercados e influenciam as cotações”, explica.

Para o presidente da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos, faturamento cresceu devido à valorização do nosso produto no mercado externo (Foto: Divulgação)

Ovos sentem retração

Na contramão da carne de frango, as exportações de ovos produzidos no Rio Grande do Sul sofreram queda de 18,5% em volume no primeiro trimestre, com 1,188 tonelada embarcada. No entanto, a receita gerada apresentou alta de 12%, somando US$ 3,82 milhões.

Segundo José Eduardo dos Santos, o resultado reflete uma combinação de fatores, como o embargo ainda vigente do Chile e o redirecionamento da produção para o mercado interno, que apresentou alta demanda. “Por outro lado, o faturamento com as exportações registrou crescimento devido à valorização da tonelada dos ovos no mercado externo e aos movimentos de aumento da demanda no Brasil e no exterior”, pontua. A expectativa da entidade é que o Chile retome as importações do produto gaúcho no segundo semestre deste ano, o que deve impulsionar novamente o volume exportado.

Apesar do bom desempenho nas exportações de carne de frango, o setor avícola gaúcho ainda enfrenta desafios significativos. Entre eles, os prejuízos causados pelas enchentes de 2024, os impactos do caso de Doença de Newcastle e a perda de competitividade no mercado interno regional.

Desempenho nacional

No cenário nacional, os números da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também indicam um trimestre aquecido para o setor. As exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 476 mil toneladas em março, crescimento de 13,8% frente ao mesmo mês de 2024. A receita acompanhou o ritmo e chegou a US$ 889,9 milhões – alta de 18,5%.

Com esse desempenho, o acumulado do trimestre soma 1,387 milhão de toneladas exportadas, 13,7% a mais que no mesmo período do ano passado. Em receita, o salto foi ainda maior: 20,8%, alcançando US$ 2,586 bilhões.

As exportações de ovos brasileiros também apresentaram expansão histórica. Impulsionadas pelo interesse dos Estados Unidos, que utilizam o produto em processos industriais, as vendas externas registraram alta de 342,2% em março, com 3,77 mil toneladas exportadas. No trimestre, a alta foi de 97,2%, com faturamento de US$ 17,7 milhões – crescimento de 116%.

“Preservamos a oferta de produtos para o mercado interno, já que as exportações representam em torno de 1% do total produzido no país. Ainda assim, elas são uma conquista importante para o avanço do segmento”, destaca Ricardo Santin, presidente da ABPA.

Exportações brasileiras de carne de frango totalizam 476 mil toneladas em março, crescimento de 13,8% frente ao mesmo mês de 2024 (Foto: Reprodução)

Fonte: FEED & FOOD

Data da Notícia: 24/04/2025
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